Entre você e a exploração de animais em experimentos há mais laços do que você imagina.
Vejamos: os animais têm sido usados na indústria da alimentação para verificar se o alimento que vamos comer não vai nos fazer mal; na indústria cosmética e farmacêutica, para verificar se não vamos ter alergia do batom ao antibiótico de última linha, se não vamos ter um ataque cardíaco, se não vamos engordar emagrecer, morrer, enfim, para verificar a eficácia de determinado produto ou a cura para as doenças. São usados no mundo da pesquisa, da ciência, para examinar nossos comportamentos diante de determinadas alterações químicas, físicas, ambientais, etc.
Muitos testes, além de nocivos, são letais. Para estudo, os animais são usados como modelos para que possamos aprender como manipular os corpos biológicos.
E entre outros e tantos usos, também hoje servem para indústria bélica (isto mesmo!), pela indústria de armamentos, o que definitivamente nos impõe a pergunta: podemos tirar algum bem diante de tanto mal?
Bem: considera-se experimentação animal toda e qualquer prática que utiliza animais para fins científicos ou didáticos, sempre justificada como uma forma de se buscar o conhecimento e o progresso científico. E sempre se usou animais porque são ao mesmo tempo parecidos (ou iguais) a nós humanos, ou porque são diferentes (ou completamente diferentes: coisas?).
Entramos no universo das contradições: se os animais são tão parecidos a nós humanos, por que não usamos humanos para fazer as mesmas experiências terríveis e dolorosas que fazemos com os animais? Ou, se são tão diferentes, do que nos serviriam resultados de experiências e experimentos feitos em indivíduos tão diferentes dos humanos?
Para se obter as respostas que se busca com as experimentações utilizando-se os animais como cobaias, estima-se que uma média de 100 milhões deles sejam mortos ao ano, ao tempo em que sabemos também que apenas 1% dos medicamentos testados vão a mercado e mais, que os resultados obtidos não são confiáveis, são repetitivos e são descartados.
Por outro lado, já sabemos que podemos abolir o uso de animais, seja através dos métodos substitutivos em sala de aula, de sistemas biológicos in vitro, simulações computadorizadas, uso e placenta e de cordões umbilicais, entre outros.
Se estamos cientes de que os animais são seres sencientes como nós, não seria crueldade fazer com eles o que não gostaríamos que fizessem conosco ?